sábado, setembro 22, 2012

O início


Uma das minhas amigas tem namorado novo, recente, está naquela fase em que tudo é perfeito... Ou melhor, deveria estar.
Não está porque há homens que são uns trengos (para não lhes chamar outro nome).
O comportamento deste trengo tira-me do sério, bem sei que não é nada comigo mas nunca fui de ficar em cima do muro, não me meto - até porque "entre marido e mulher não se mete a colher" e isso já todos sabemos desde pequenos - mas tenho a minha opinião e ideias e, graças a Deus, ainda as posso passar "para o papel".
Quando a minha amiga M. lhe manda mensagens queridas este jovem é capaz de responder com "Vá, menos!", quando lhe pergunta se depois das aulas podem estar juntos, ou em que dia da semana lhe dá jeito encontrarem-se, ele responde com um simpático "Sei lá, já sabias que isto não ia ser fácil!". Este trengo é menino para lhe dar a entender que quer acabar e de seguida ligar a dizer que estava a brincar, que era só para ver a sua reacção. (WTF?!)
Já se sabe que as redes sociais não são propriamente a melhor coisa para uma relação, independentemente do que me venham dizer ("ah e tal depende da relação, a minha é muito forte, não se deixa abalar por isso", whatever, todos sabemos que não são) mas quando um trengo destes recebe um comentário da namorada com um simples coração e o apaga, algo está muiiito errado. Namorado que se preze, que se orgulhe da namorada que tem, fica todo babado com a pequena demonstração de carinho, não por ser pública mas por ser sincera e ser prova de que naquele momento ela estava a pensar nele e não hesitou em deixar-lhe um miminho, por mais insignificante que fosse. Ora, quem é o namorado que vai apagar isso? "Oh é só uma cáca de um comentário na internet, não tem significado nenhum nem a mínima importância, que exagero, ela que não se aborreça por causa disso." Será? Por acaso não se aborreceu, mas ele também não se preocupou nem um pouco se ela se aborreceria ou não. Fê-lo (quer dizer, desfê-lo) e foi-lhe claramente indiferente a reacção dela, não teve receio que se zangasse, é um machão, não tem medo de nada, que corajoso!
Pois eu, zangar-me-ia, não seria motivo para grandes discussões até porque não gosto de estar aborrecida com ninguém, muito menos com quem me é próximo, mas gostaria de ouvir uma explicaçãozinha básica.
No meio de tudo, isto acaba por ser o menos, já juntando tudo, o essencial salta logo à vista: não passa de um imaturo que ainda não sabe o que quer mas quer tudo e não quer nada, que não gosta das responsabilidades que advêm de ser comprometido mas também não gosta de estar sozinho, que ainda quer caminho livre para que lhe caiam outras na rede e, se assim é, eu facilitava-lhe a vida: adeus.
Porque M.: o início é, e deve ser, sem esforço, sempre a melhor parte. Depois? Depois é passar a vida a tentar fazer ainda melhor, porque quem ama, cuida.*

1 comentário:

AnaCCatarino disse...

Muito bem escrito!

 
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