Relações

Tenho uma amiga que me relembra, constantemente, que o verbo "acabar" desgasta qualquer relação.
E eu concordo, embora antes nunca o pusesse em prática.
Com o meu primeiro namorado, quando me zangava, acabava na hora e ele era igual, cortávamos o mal pela raiz - achava eu - depois faziamos as pazes. Realmente, isto começou a desgastar a relação, até ao dia em que ouvi "acabou" pela última vez. Ok, acabou, mas para mim foi um "acabou mesmo" porque já não aquentava nem ouvir nem dizer tantas vezes o mesmo verbo.
Hoje, um bocadinho mais madura (ou não), quando me zango, naquele instante apetece-me sempre mandar tudo para o espaço mas aguento-me, respiro um bocadinho mais fundo, penso o quanto gosto dele e digo apenas "é melhor pensarmos bem nisto". É mais uma de "vamos reflectir nesta discussão idiota para ver se teve algum jeito". E depois, só depois, voltamos a falar com calma, com a cabeça fria e no lugar (porque durante as discussões a cabeça deixa de funcionar normalmente, a boca ganha vida própria e o coração é que fica apertadinho).
Assim como a minha amiga tem essa máxima, eu também tenho uma: "nunca ir dormir zangada". Na minha primeira relação nunca a consegui levar avante mas agora, felizmente, é uma máxima dos dois resolver o assunto muito bem resolvidinho antes de ir para a cama. A meu ver, não há nada melhor do que deitar a cabeça na almofada sossegada, tranquila, sem consciência pesada e com as últimas palavras do dia na cabeça: "gosto muito de ti".

Uma relação raramente (ou nunca) é fácil, principalmente quando pensamos nela a longo prazo tendo em conta todas as dificuldades que a vida nos pode colocar pela frente, mas eu continuo a acreditar naquela velha máxima que um dia foi de alguém: "quando se gosta, tudo é possível".

“As we drive along this road called life, occasionally a gal will find herself a little lost. And when that happens, I guess she has to let go of the coulda, shoulda, woulda, buckle up and just keep going.”

SEX & THE CITY